Para entendermos o orgasmo é importante sabermos quais as etapas da resposta sexual humana, que sâo: desejo, excitação e orgasmo. São 3 fases interdependentes e, consequentemente, não existe a possibilidade de orgasmo se você não tiver o desejo e não conseguir se excitar. Cerca de 40% das mulheres não sabem o que é ou não identificam um orgasmo. As mulheres saíram de uma educação bastante repressora, onde não podiam expressar seus desejos, fantasias e, portanto, sua sexualidade, para um período atual onde tudo é aparentemente permitido.
Porque digo isso? Embora exista todo um discurso liberal por parte da sociedade, na realidade ainda existem muitos preconceitos, mitos e tabus que permeiam o exercício da sexualidade. Por exemplo: a mulher que expressava e vivia sua sexualidade era desvalorizada. Hoje a exigência é que ela deve, obrigatoriamente, ter orgasmo, e de preferência, múltiplos. Mas eu pergunto: Como chegar a terceira fase da resposta sexual se muitas não conseguem sequer identificar o que as excitam? Como ter prazer quando se vai para a cama com alguém esperando o resultado final? Porque esta necessidade intensa de cobrar um orgasmo que não se aprendeu a ter?
Vamos parar um pouco e pensar… O que precisamos para ter prazer em uma relação sexual? A parte orgânica do orgasmo é caracterizada por 8 contrações ritmicas por segundo do períneo, sendo desencadeado no clítoris e na medida em que se aproxima o orgamo, durante as contrações musculares se tem o prazer ao redor da vagina e no fundo da pélvis. A mulher pode atingir o orgasmo de várias formas: através da fricção do próprio dedo ou de algum objeto no clítoris, do roçar de pernas, de carícias externas realizadas pelo parceiro como a fricção do pênis no clítoris ou pelo sexo oral. O orgasmo pode também ser facilitado na penetração quando se favorece o contato direto ou indireto do clítoris, ou seja, o grande segredo é saber manipular este órgão que tem como única função o prazer feminino.
A experiência com o orgasmo é muito individual e cada mulher precisa se reconhecer sexualmente para entender suas particularidades e expressões de excitação e prazer. Mas será que quando você está na cama com seu parceiro, se sente livre para viver aquele momento, separando o tesão dos problemas financeiros, familiares, profissionais, etc.? Se ele te pedir para realizar uma fantasia sexual (sexo oral, ligerie diferente, sexo no carro – em lugar seguro -, e por aí vai…) você está disponível, sem questionar ou pelo menos conversar a respeito, se é certo ou errado, se é pecaminoso ou vulgar? Será que a mulher está preparada para se libertar de suas “amarras” culturais, educacionais, enfim, todos os tipos de bloqueios que se sofre para viver toda a expressão de seu desejo e sexualidade?
Deixar as sensações fluírem, observando suas reações corporais e emocionais, dando e recebendo prazer, livres de qualquer preconceito, medo, insegurança… Sentir o cheiro dele e o seu, o desejo dele e o seu, o prazer dele e o seu. Seu corpo responder as carícias com sua cabeça acompanhando, sem usar o sexo (ou a falta de sexo) para puní-lo ou manipulá-lo; sem esperar que ele se transforme em um príncipe encantando e adivinhe suas vontades; que seja perfeito todos os dias; que te elogie pelas mínimas e máximas coisas; que entenda quando está triste ou alegre; que saiba como e onde tocar seu corpo; que a faça suspirar com palavras doces e certas; que a carregue no colo e dê flores todas as semanas; que tenha todos os dias uma surpresa e te comova, que seja inteligente; bem sucedido; charmoso; honesto, etc. (meu Deus!!! seria bom tudo isso, não???).
Mas, convenhamos, esse homem não existe (podem chorar!!) Existe sim, um ser que não nos compreende muitas vezes, mas que tenta compreender. Um ser que sente, pensa e reage de modo diferente de nós. Mas que quando está em contato físico demonstra toda sua espontaneidade e objetividade. Ele quer ter e te dar prazer, sem receios, sem pensar no ontem ou no amanhã. Só existe aquele momento, onde dois corpos se encontram, se tocam, se excitam e se dão prazer, muito prazer!! Tudo bem que depois teremos que resolver os problemas… mas depois, e não no momento do sexo.
Somos os únicos animais que tem a função sexual não só para procriação, mas também para o prazer. A vida sexual de um casal é muito importante para o sucesso do relacionamento.
Sexualidade saudável também é uma questão de qualidade de vida, saúde física e emocional. Se por qualquer razão este “departamento” de sua vida não estiver satisfatório, procure ajuda profissional especializada para não chegarem a uma fase de suas vidas e dizer quando perguntadas sobre sexo: “Eu nunca senti falta disso, não faz a menor diferença”. ” Desde os 40 anos não tenho mais atividade sexual”, ” NUnca senti nada”. É muito deprimente ouvir frases como estas, sem que estas pessoas saibam que sexualidade é energia de vida, é um dom divino e com certeza, um passo a mais para a felicidade de um casal!
ARTIGO DESENVOLVIDO PARA O SITE UOL/ METADE IDEAL.